28 julho 2006

Horto Municipal de Taubaté

Deixo esta bela imagem-arte, do Horto Municipal de Taubaté, numa tarde de sábado, do mês de julho, onde a tarde ensaiava sua partida, dando lugar ao anoitecer...
Na pequena ilha, patos e marrecos preparavam-se para uma bela noite de sono, enquanto capivaras, aguardavam (talvez ansiosas?), pelo momento em que, nós, seres humanos, deixaríamos de pisar aquele território, para poderem, enfim, caminharem sem maiores preocupações...
LUIZ ANTONIO CARDOSO
Julho/2006

24 julho 2006



RESQUÍCIOS


Enquanto folhas
fazem das ruas humanas
rotas menos sofisticadas,
seres (humanos?)
fazem das paisagens terrestres
algo menos natureza!


LUIZ ANTONIO CARDOSO
21/7/2006

19 julho 2006

PAZ

Paz!
Vocábulo enérgico!
Profundo!
Contundente!
Três letras que exprimem um sentimento superior,
que encerra demasiados significados,
todos salutares,
e que aproxima o ser humano cada vez mais de si mesmo,
e conseqüentemente de Deus.

Paz!
Que belo esperar...
Que lindíssima sensibilidade é o da alma elevada,
que sente em seu sentido pleno, a paz!
Que olha ao seu redor e enxerga,
em meio de lutas sangrentas,
uma esperança de estabilizar a real concórdia!
Que ouve queixas e gritos,
protestos veementes e palavras de baixo calão,
e lança seu verbo de harmonia suprema!
Que retribui com amor fraternal,
quando sente a impetuosa carga negativa
que é impelida pelos plangentes sofredores,
que em vez de alegrarem-se
com a oportunidade de uma nova existência,
onde podem alçar vôos aos seus objetivos de remissão,
ficam a lastimar e maldizer a vida.
Que nunca se ausenta às lutas,
adentrando aos campos de batalha para emitir,
com singela afeição, seu brilho benevolente.
Que perante as cotidianas violências da atualidade,
da iníqua distribuição de rendas,
e do asqueroso e dissimulado conceito de bem estar social,
realiza não só a parte que lhe cabe,
mas também a porção que caberia a seus semelhantes
que nada ou pouco efetuam.
Que lança apelos aos insanos beligerantes,
o término de conflitos (constantemente banais)
que conduzem multidões à degeneração
e ao findar da vida terrestre.
Que por onde passam,
deixam sementes de união e tranqüilidade,
exemplos vivos de maestria
no conhecer do íntimo dos seres humanos
e das realidades da vida, sem distorções ou quimeras.
Que, a cada segundo de vida,
procura fazer o bem ao próximo,
e nesse ato contínuo,encontra-se com a felicidade completa,
conforme enunciou, há mais de vinte e três séculos,
o sábio de Estagira!

Paz!
Oh! Deusa do léxico!
Ausência da imperfeição!
Incontrastável sentir!
Bálsamo irrepreensível às almas fatigadas!
Refrigério aos que cansaram das hostilidades
da pseudo-realidade em que vivemos!
Oásis anímico!

Paz!
Paz Interior!
Paz Universal!
És um dom supremo
ou uma congênita conquista de séculos?

Paz!
Essência divinal cristalizada entre as criaturas que evolvem!
Virtude, encanto, comprazer!
Percepção incomum que silencia os extermínios!
Faculdade que cresce no âmago do seres
que assevera que as maldades permaneçam estáticas,
ou se desintegrem...
suave brisa a ressoar pelos recônditos longínquos do mundo!

Paz!
Palavra inefável,
que vates insensatos tentam definir!
Sentimento indescritível
do qual apenas captamos lapsos...
paz!


Autor: LUIZ ANTONIO CARDOSO